Alerj homenageia instituições e personalidades defensoras dos direitos humanos

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) homenageou 36 instituições e personalidades com o Prêmio Marielle Franco de Direitos Humanos, em cerimônia realizada nesta terça-feira (06/12), no plenário da Casa. A premiação é concedida a defensores e defensoras de direitos humanos que tenham desenvolvido ações de promoção, valorização e defesa das garantias do cidadão do Estado do Rio, em especial das mulheres, negros e da população LGBTIA+.

“No próximo sábado, 10 de dezembro, é o Dia dos Direitos Humanos. Neste momento tão significativo, nada mais justo reconhecer entidades e movimentos que compuseram a resistência e a luta pela dignidade humana no estado. Usar o prêmio Marielle Franco para esse reconhecimento e valorização é também reverenciar a sua memória”, disse a deputada Renata Souza (PSol), que conduziu a sessão solene.

Entre as organizações premiadas estão Redes da Maré, Instituto Promundo, Ong Criola, Instituto Candaces, Casa Preta da Maré, Núcleo Piratininga de Comunicação, Fundação Rosa Luxemburgo, Coletivo Papo Reto, Mídia Ninja, Rede Nami, Mapa das Mina, Fogo Cruzado, Observatório de Favelas, Justiça Global, e a Coalizão Negra por direitos.

Já entre as personalidades homenageadas estão nomes como as antropólogas e pesquisadoras da Universidade Federal Fluminense (UFF), Jaqueline Muniz e Ana Paula Miranda, o vice-reitor para assuntos comunitários da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio), Augusto Sampaio, e a jornalista e militante do combate ao racismo, Flávia Oliveira.

Uma das premiadas, a representante da Redes da Maré, Liliane Santos, destacou a importância desse reconhecimento. “Para gente, é uma honra estar aqui recebendo esse prêmio que traz uma pauta tão importante e que atualmente é super banalizada pela polarização política. A Redes trabalha pela qualidade de vida dos moradores da Maré e damos continuidade ao trabalho de Marielle. A luta é muito difícil, então é importante dar cada vez mais visibilidade a essa pauta e promover redes de proteção a defensores de direitos humanos”, disse.

A jornalista e diretora do Instituto Fogo Cruzado, Cecília Oliveira, chamou atenção para a produção de informações para a construção de políticas públicas no estado. “O que a gente faz no instituto é levantar informações relativas à violência armada, da qual a vereadora Marielle foi vítima. De lá para cá, nós trabalhamos duro para produzir mais dados para que seja possível a gente construir políticas públicas que preservem a vida. Isso só pode ser encarado quando se tem informações e dados sobre o problema”, frisou.

Presente na cerimônia, a vereadora Mônica Benício (PSol/Rio), viúva de Marielle, elogiou a premiação. “São 1728 dias sem respostas que nós, familiares, contamos diariamente. É emocionante participar de uma atividade como essa que homenageia a Marielle, que dedicou a maior parte de sua vida aos direitos humanos. O legado não é só o que se deixa, mas também o que se leva adiante. Então agradeço à Renata Souza por elevar o nome de Marielle”, comentou. Também estiveram presentes na solenidade os ativistas Marinete Silva e Antônio Francisco da Silva Neto, pais de Marielle.

Marielle Franco

A vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, foram assassinados no dia 14 de março de 2018, no Estácio, bairro da região central do Rio. O carro em que a vereadora estava foi atingido por 13 tiros. Marielle tinha 38 anos, era socióloga e mestre em Administração Pública. Nascida na favela da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, era ativista em prol das causas das mulheres e das populações negra, periférica e LBGTQIA+. Antes do cargo político, atuou na Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Alerj.

Confira todos os homenageados:

Anistia Internacional

Fundação Rosa Luxemburgo

Redes da Maré

Instituto Fofo Cruzado

Justiça Global

Observatório de Favelas

Fundação Heinrichi Böll

Coalizão Negra por Direitos

Criola

Geledés Instituto da Mulher Negra

Casa Preta da Maré

Movimento Negro Unificado

Instituto de Mulheres Negras Herdeiras de Candaces

Sueli Carneiro

Lucia Xavier

Jaquekine Muniz

Ana Paula Miranda

Rafael Soares

Professor Augusto Sampaio

Núcleo Piratininga de Comunicação

Coletivo Papo Reto

Mídia Ninja

Bloco Se Benze Que Dá

Instituto Promundo

Casa Resistência Lésbica – Maré

Instituto Trans da Maré

Projeto Carolinas

Absorvendo Amor

Niyara – Espaço de Acolhimento e Aprendizagem

Az Minas

Mapa das Minas

Rede Nami

Flávia Oliveira

Marinete da Silva

Antônio Francisco da Silva Neto

Mônica Benício

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