Governo do Estado promove a primeira edição do projeto Agricultura Social, em São Francisco de Itabapoana
Com o objetivo de transformar realidades rurais por meio de ações integradas de desenvolvimento social e produtivo, o Governo do Estado lançou neste sábado (28/06) o projeto Agricultura Social, uma ação inédita que une políticas públicas, inclusão, sustentabilidade e geração de renda no campo. O Quilombo Deserto Feliz, localizado no município de São Francisco de Itabapoana, no Norte Fluminense, foi escolhido para receber a primeira edição, que percorrerá 14 cidades no estado ao longo de 2025.
A iniciativa é fruto da parceria entre a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SEAPA) e a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SEDSODH), com execução técnica da Pesagro-Rio e apoio das prefeituras locais. Com uma abordagem intersetorial e inovadora, o projeto busca fortalecer comunidades rurais em situação de vulnerabilidade social por meio de ações práticas e integradas.
– O Agricultura Social nasceu do desejo de trabalharmos juntos. A Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos tem o contato direto com as comunidades, conhece suas dores. Nós, da Agricultura, levamos soluções para o campo. Entramos com oficinas de hortas, distribuição de mudas, uso de bioinsumos e capacitação técnica. Essa união permite entregar mais do que políticas públicas e deixará raízes para as comunidades. Entregamos cidadania, comida no prato e esperança – afirma o secretário de Agricultura, Dr. Flávio Ferreira.
Ações com foco na autonomia e no protagonismo local
Ao todo, o projeto contará com 14 edições em 2025, cada uma em um município diferente, selecionado de acordo com suas necessidades sociais e estruturais. Também serão atendidos: Areal, Italva, Piraí, Paraty, Araruama, Casimiro de Abreu, Nova Friburgo,Teresópolis, Miracema, Paraíba do Sul, Quissamã, Cabo Frio e Mangaratiba.
Além da promoção de atividades produtivas, o Agricultura Social visa garantir direitos básicos, como o acesso à documentação básica, estimular práticas sustentáveis, além de valorização cultural e empoderamento comunitário.
– Trabalhamos respeitando às especificidades de cada território. Realizamos escuta ativa, mapeamento das demandas e construção coletiva das soluções. O Agricultura Social é também uma ação de empoderamento: queremos que essas comunidades se reconheçam como protagonistas da própria história e tenham as ferramentas para seguir adiante com autonomia – destaca a secretária de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Rosangela Gomes.
A escolha de São Francisco de Itabapoana como ponto de partida do projeto se deve ao seu perfil agrícola consolidado e à presença de comunidades com elevado grau de vulnerabilidade social. O evento de lançamento contou com a presença de autoridades estaduais e municipais, técnicos das secretarias envolvidas, representantes da sociedade civil, agricultores, educadores e moradores locais.
Lídia Maria Dias Teixeira, de 68 anos, é Quilombola da Barrinha, também localizada na Zona Rural de São Francisco do Itabapoana.
– Me sinto muito feliz e honrada pois é a primeira vez que vejo um empreendimento desse porte para região do Deserto Feliz. Essa estufa com plantas medicinais será um benefício que com certeza vai nos fazer prosperar. Eu sou uma lutadora e agradeço ao Governo do Estado e a Prefeitura por nos proporcionar ferramentas para continuar lutando! – disse Lídia Maria.
Já a Iêda Moreira, de 59 anos, há 35 anos é caranguejeira e se aposentou como cuidadora de idosos, no Quilombo Deserto Feliz, localizado na Zona Rural de São Francisco do Itabapoana. Ela se surpreendeu com os serviços sociais que a ação levou para o local.
– A minha vida inteira briguei pelos direitos dos idosos e das crianças. Minha mãe me criou sozinha e me ensinou a ser caranguejeira, como sou até hoje com muito orgulho. Ela sem saber ler e escrever me ensinou a viver, e hoje eu ensino a ela. Vim aqui na ação para ver a estufa que vamos utilizar e fui surpreendida com o serviço de Direitos Humanos. Tirei muitas dúvidas e vou levar esse conhecimento para o projeto que participo. Fiquei muito orgulhosa por saber que eu não estou sozinha nessa luta. Aqui no Quilombo tem muita gente que não conhece seus direitos e passam por humilhações, eu mesmo fui humilhada e hoje estou aqui, podendo ajudar outras pessoas. Sou uma vitoriosa. Agora vou trazer mais pessoas para a ação – disse contente Iêda Moreira.
Estufas comunitárias e capacitação com legado
Uma das marcas registradas do projeto será a implantação de estufas comunitárias permanentes – estruturas com 96m² voltadas para a produção agrícola sustentável, que funcionarão como polos de continuidade e referência para a comunidade. Além disso, serão oferecidas capacitações práticas e teóricas com apoio da Pesagro-Rio, garantindo a multiplicação do conhecimento local e a formação de agentes multiplicadores.
Outra frente importante do projeto é o acompanhamento dos territórios atendidos após cada edição, com o objetivo de assegurar que as ações implantadas tenham continuidade e gerem resultados de longo prazo.
O Agricultura Social também estimula o consumo consciente, a valorização da alimentação saudável e o fortalecimento de cadeias produtivas locais, contribuindo para um campo mais sustentável e uma população mais saudável.
Serviços oferecidos à população durante o projeto
Por parte da Secretaria de Agricultura (SEAPA):
● Entrega de uma horta comunitária em regime de cultivo protegido (estufa) com 96m2
● Capacitação e treinamento técnico para gestão da horta
● Doação de 2 mil mudas por edição
● Distribuição de biofertilizantes
● Análise de solo e água
● Assistência técnica e jurídica especializada, conforme demanda local
● Educação sanitária e ambiental para crianças, com cartilhas, jogos e oficinas pedagógicas
Por parte da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SEDSODH):
● Acesso à documentação básica
● Atendimento médico e odontológico (incluindo unidades móveis)
● Acompanhamento psicológico e nutricional
● Oficina Cidadania Alimentar e Social: Da Terra ao Prato
● Atividades lúdicas para crianças com ênfase em educação em direitos humanos
● Oficinas de Empreendedorismo Social, Direitos Humanos e outras temáticas