Seeduc promove III Roda de Conversa com Lideranças: Por Uma Educação Antirracista

Nesta segunda-feira (29/09), a Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro realizou a “III Roda de Conversa com Lideranças: Por Uma Educação Antirracista”, uma importante iniciativa para debater as relações étnico-raciais e a criação de políticas educacionais efetivas no combate ao preconceito racial. O evento reuniu importantes lideranças sobre o tema na sede da pasta, na Cidade Nova, Região Central do Rio, e teve como objetivo promover a reflexão de todos os profissionais da educação em ações institucionais antirracistas, para que não sejam reproduzidas situações de desigualdade, discriminação e preconceito.

— Nós temos uma dívida histórica, que precisamos resolver. É fundamental que nós tenhamos a dimensão da importância de nossa função social. Essa temática precisa sair desse espaço e ir até o território de cada escola, em cada sala de aula. Se não tivermos um espaço de respeito e valorização da vida humana, não conseguiremos melhorar nada. Que a gente possa valorizar a nossa história, resgatá-la de forma muito respeitosa. Se a escola não faz esse movimento, quem mais fará? — afirmou a subsecretária de Planejamento e Ações Estratégicas, Myrian Medeiros.

A iniciativa teve o objetivo de oferecer novos elementos para a conscientização e o enfrentamento do racismo, aprofundando a discussão sobre as temáticas étnico-raciais no contexto da gestão educacional, estimulando o pensamento crítico e a elaboração de práticas pedagógicas e institucionais voltadas para a promoção da equidade racial, com foco nas futuras gerações. A ideia é eliminar ações que resultem em práticas racistas nas unidades escolares, com a formação de cidadãos mais conscientes na construção de uma sociedade mais igualitária.

— Temos que aproveitar as oportunidades para fazer com que este movimento fique cada vez mais forte nas nossas unidades escolares, e que ninguém ouse tirar isso do projeto político e pedagógico. Se a gente quiser ter justiça social, econômica e cultural, precisamos colocar todo mundo próximo, de fato, e caminhar juntos — pontuou Diego Ferreira, superintendente de Desenvolvimento de Pessoas da Seeduc-RJ.

O tema desta III Roda de Conversa foi  “Infâncias Negras e Educação Antirracista: Compromissos de Gestão com Equidade, Inclusão e Aprendizagem” e participaram deste encontro a professora Maria Cláudia Chantre, Mestre em Educação e Relações Étnico-Raciais e Pesquisadora CNPq do projeto de extensão Gestão em Foco/UFRJ, com ênfase em Planos Institucionais e Planejamento Estratégico; a pedagoga Maria Corrêa e Castro, especialista em educação para as relações étnico-raciais e que atua na gestão de projetos educativos com foco em educação antirracista em organizações do terceiro setor; e de Rafael Silva, que é um dos 50 Jovens Inspiradores, eleito pela Fundação Estudar, e reconhecido como a 30ª voz mais influente em Educação no mundo pelo ranking World’s 200 Top Voices in Education, da Favikon. A manhã ainda contou com uma emocionante apresentação de um trecho do espetáculo “Luiz Gama, uma voz pela liberdade”, do ator Déo Garcez – que também é o autor do espetáculo.

— Fazer uma reunião de gestores, trocar ideias e ações estratégicas que funcionam dentro do espaço escolar, falando de um tema muito relevante, é essencial para uma sociedade mais justa e igualitária. Muitos professores não tiveram isso dentro da academia e precisam ter uma formação continuada. Esse encontro é fundamental para o dia a dia, dentro da rotina escolar, visando que a inclusão de todos seja feita de uma forma mais holística, pelo conhecimento, pelo cuidado e pela valorização — declarou Rafael Silva

A intenção foi aprofundar a discussão sobre as temáticas étnico-raciais no contexto da gestão educacional,e o papel da escola no combate à desigualdade racial se torna fundamental. Encontros como esse buscam uma sociedade mais justa e inclusiva, estimulando a criação de ações pedagógicas que dialoguem com as identidades múltiplas que formam nossa sociedade e ofereçam elementos para a construção de propostas que permitam o enfrentamento do racismo.

— Esse é um tema que precisa estar na escola, pois é impossível você fazer educação de qualidade sem pensar em enfrentamento ao racismo dentro do espaço escolar. O reconhecimento da História e Cultura Afro-Brasileira não é importante só para as pessoas negras, ele é importante para a toda a sociedade e falar sobre esse assunto com educadores faz com que um ensino de qualidade chegue para todos — comentou a pedagoga Maria Corrêa e Castro

Diversas ações formativas têm sido realizadas pela secretaria, com grande sucesso em todas as regionais administrativas, atingindo sua finalidade, a melhoria da qualidade da educação pública estadual, sob uma perspectiva antirracista e anticapacitista, pautada nos direitos humanos, fornecendo importantes ferramentas para os servidores da rede pública estadual de ensino.

— Nossos gestores já estão com outro olhar, desde a implementação desta proposta na Seeduc-RJ. Já estamos vendo o resultado dentro dos projetos políticos pedagógicos das escolas. As escolas estão com atividades muito efetivas, bem consolidados, com os professores buscando as literaturas, então é uma alegria ver que estes encontros, de extrema importância, então dando resultado — ressaltou a professora Maria Cláudia Chantre

Todas as ações realizadas durante o ano buscaram reconhecer e valorizar as culturas afro-brasileira e indígena como base da formação da sociedade brasileira, e também ampliar o conhecimento sobre as legislações relacionadas ao tema, além de estimular a articulação da escola com dispositivos que preservem a história da população afrodescendente e dos povos originários no estado do Rio de Janeiro.

— Nós temos essa obrigação. Educação pública de qualidade, de acesso, antirracistas, deve ser obrigatório do estado. Uma iniciativa como essa produz um conteúdo fundamental para todos nós — destacou o chefe de gabinete da Secretaria de Estado de Educação, Alvim Bellis.