Serpente Maya é símbolo da educação ambiental no Instituto Vital Brazil
A chegada de Maya, uma imponente píton-reticulada, ao Instituto Vital Brazil (IVB), em Niterói, completa 11 anos em 2025 — e sua história continua despertando admiração, respeito e, principalmente, aprendizado. Com mais de quatro metros de comprimento, Maya é um símbolo da missão educativa e científica do Instituto. E nesta semana, que marca o Dia Mundial da Cobra (16/07), sua presença ganha ainda mais destaque com o início da 26ª edição das Férias Científicas, projeto gratuito de imersão científica para crianças.
“A Maya representa uma história que nos orgulha. Ela nos mostra que ciência, quando feita com compromisso e cuidado, transforma realidades. Ao chegar aqui, vinda da Bahia, tornou-se mais do que uma serpente: virou um símbolo de acolhimento, educação ambiental e respeito à vida” , destaca Anderson Mattos, vice-presidente do IVB.
A vinda da serpente a Niterói remonta a março de 2014, quando o técnico de animais peçonhentos Benedito Ambrósio Rodrigues Filho, o Bené, recebeu uma ligação inesperada do zoológico da Bahia, que não conseguia mais manter a serpente. A situação era urgente. Bené, com mais de 40 anos de experiência, embarcou na missão.
“Eles disseram que o animal era grande, mas quando cheguei lá percebi que era muito mais do que eu imaginava. Linda, imensa e imponente. Antes de qualquer tentativa de captura, precisei observar o comportamento dela com calma. O manejo exige respeito e paciência”, relembra.
A operação de captura envolveu veterinários do IVB e o segurança do zoológico baiano. “Eles esperavam uma equipe maior. A contenção em si durou uns doze, treze minutos, mas para mim foi uma eternidade. O animal estava em movimento, e a tensão era enorme”, relata.
Desde então, Maya vive no viveiro de serpentes, logo na entrada do Instituto Vital Brazil. Não é peçonhenta, mas seu tamanho impressiona — e por isso mesmo é protagonista silenciosa do contato inicial de crianças com olhares fascinados. Ela não interage diretamente com o público, mas pode ser observada em segurança, sob orientação da equipe técnica.
“A simples presença da Maya já provoca um impacto nas crianças. Muitas chegam com medo por mitos, e saem curiosas, fascinadas. Esse é o papel da educação científica: desconstruir o medo, construir conhecimento” , explica Cláudio Machado, biólogo responsável pelo serpentário do Instituto.
A semana do Dia Mundial da Cobra coincide com o início das Férias Científicas, projeto institucional que há anos forma novas gerações com base na curiosidade científica, pensamento crítico e contato direto com o ambiente natural. Realizada em dois ciclos — de 14 a 19 de julho e de 21 a 26 de julho — a iniciativa oferece atividades educativas e visitas às instalações – incluindo a Fazenda IVB, em Cachoeiras de Macacu.
“As crianças são recebidas por Maya logo na entrada, e isso já marca a experiência. Depois, elas mergulham em atividades que envolvem ecologia, biotecnologia, produção de soros e preservação ambiental. É um trabalho de formação para a vida”, afirma Luis Eduardo Cunha, diretor científico do IVB.
As atividades ocorrem na sede do Instituto, em Niterói, durante a semana, e se estendem aos sábados na Fazenda Vital Brazil, onde os participantes vivenciam a ciência em contato com outros animais. A equipe é formada por educadores e monitores universitários voluntários, selecionados e treinados para a mediação com as crianças.
Ao completar 10 anos no IVB, Maya não é só lembrada como o animal de grande porte que impressiona, mas como um legado que se renova a cada visita e em cada olhar curioso.
“Maya nos lembra que cada ser vivo tem uma história, e que todo conhecimento começa com uma pergunta. Ela está viva, presente e ensina todos os dias — em silêncio, mas com muita força”, conclui Bené, emocionado.
Assessoria de Imprensa
Secretaria de Estado de Saúde – RJ