Alunos da rede estadual participam de formatura do Projeto Miniempresa

Aos 17 anos, Maria Fernanda Santana da Costa ainda não se definiu por uma carreira, mas já sabe o que quer no futuro: ser dona de uma empresa. O desejo de abrir o próprio negócio surgiu após a aluna da 3ª série do Ensino Médio participar do Programa Miniempresa 2024, uma parceria entre a Secretaria de Estado de Educação (Seeduc-RJ) e a ONG Junior Achievement (JA Rio de Janeiro). Nesta segunda-feira (16/09), a jovem estava entre os 225 estudantes da rede estadual de ensino na Baixada Fluminense que participaram da cerimônia de formatura do projeto, no Teatro Riachuelo, no Centro do Rio. Todos receberam certificados, e as melhores miniempresas foram premiadas.
– O projeto deu uma base, um incentivo para a gente seguir um caminho. Foi um desafio muito grande, porque eu nunca tinha vivenciado isso, criar uma miniempresa. Mas pude contar com pessoas que me deram muito apoio, como os membros da minha empresa, pessoas incríveis de se trabalhar, e os professores apoiaram muito – contou Maria Fernanda, aluna do Ciep 117 Carlos Drummond de Andrade, em Nova Iguaçu.
O Programa Miniempresa é realizado no Rio de Janeiro com estudantes de escolas públicas desde 1999, além de acontecer atualmente em mais de 100 países, promovendo o empreendedorismo juvenil, a educação financeira e a preparação para o mercado de trabalho. Este ano, a Junior Achievement decidiu aplicar o projeto em 12 escolas da rede estadual na Baixada Fluminense.
Os estudantes tinham que montar uma miniempresa do zero, criar um produto, baseado em conceitos de sustentabilidade, produzir, gerenciar, vender e criar ações de marketing. Para isso, eles receberam um caderno com 100 ações que precisavam ser realizadas, além de terem orientação de professores e palestras de profissionais voluntários.
A miniempresa presidida por Maria Fernanda e formada por outros 24 alunos, a Velorix, criou velas aromáticas e repelentes naturais, 100% sustentáveis. A iniciativa rendeu cinco premiações durante o evento de formatura: 1º lugar na categoria Produção, 2º em Gestão de Pessoas, 3º em Marketing, 3º no Desafio Nexa e 3º em Equipe Empreendedora.
– A gente conseguiu fazer uma vela por R$ 18, quando em outros lugares o mesmo tipo de vela é vendido a R$ 40, sem ser repelente – detalhou a estudante.
Samuel Felipe de Araújo, aluno da 1ª série do Ensino Médio do Ciep 175 José Lins do Rego, em São João de Meriti, fez parte da miniempresa Noir Lumiére. O grupo criou uma luminária a partir de materiais recicláveis, utilizando até rolos de linha na base do produto. Por que linha? Segundo ele, a mãe de uma das alunas é costureira e tinha sobras do material. Apesar da criatividade, a iniciativa não recebeu prêmio algum, mas abriu a mente de Samuel para a escolha de uma profissão.
– Aprendemos muito sobre algo que achei muito legal, que se chama empreendedorismo verde. Não adianta a gente produzir alguma coisa que vai agredir o planeta, porque ele é a nossa vida. Mas o que me marcou mesmo foi a área da sustentabilidade. Pretendo fazer vestibular para Biologia e me especializar em Biotecnologia – afirmou o aluno.
Para a subsecretária de Planejamento e Ações Estratégicas da Seeduc, Myrian Medeiros, o projeto da JA é muito importante para estimular os estudantes a desenvolverem sua criatividade, se prepararem para o futuro profissional e terem consciência sobre a necessidade de preservação do meio ambiente.
– Fico muito feliz com o resultado e quero que a gente amplie o atendimento às escolas. Desta vez foi na Baixada, que fica mais distante, onde há poucas oportunidades. O projeto mostra que se você se esforçar, você consegue. Estimula o desejo de aprender mais, de inovar no trabalho, e traz essa perspectiva de como levar renda para a família – disse a subsecretária.
Michele França, coordenadora de projetos da JA, também destacou o desempenho dos estudantes e os caminhos que cada um pode seguir no mercado de trabalho após passarem pelo Miniempresa.
– Costumo dizer que, pelo menos, quando acaba o projeto, eles saem sabendo o que não querem fazer. Outros mudam a trajetória. Temos casos de jovens que queriam seguir uma área, mas trocaram depois de vivenciarem essa experiência. Porque eles vivem isso na prática com o projeto – afirmou.
FOTOS:  Divulgação/Seeduc

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