Alunos da rede estadual treinam forte e sonham em participar de Jogos Paralímpicos
Lavínia Nascimento, Rafaela de Oliveira e Pedro Safira são estudantes da rede estadual de ensino que sonham em representar o Brasil nos Jogos Paralímpicos. Diariamente, esses jovens atletas se dividem entre os estudos e os treinamentos no Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (Cefan), da Marinha do Brasil, na Penha, Zona Norte do Rio.
Lavínia Nascimento, de 15 anos, é aluna do Colégio João Salim Miguel, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. A jovem, que ficou com sequelas no braço, decorrentes de um problema na hora do seu nascimento, pratica esporte desde os 6 anos de idade. Foi assim que começou o amor pela natação. Mas ela tinha o desejo de fazer atletismo. E sua escolha deu certo! Correu atrás do sonho e já está colhendo frutos, sendo uma das classificadas para a etapa final das Paralimpíadas Escolares, que acontecerão no período de 25 a 30 de novembro, em São Paulo.
— Espero me sair bem nesta competição. Estou treinando forte, porque quero trazer medalha. Meu maior sonho no esporte é subir no pódio e, claro, estar na próxima Paralimpíada — contou a jovem, com um sorriso largo no rosto.
Rafaela de Oliveira, de 17 anos, atualmente na 3ª série do Ensino Médio do Colégio Estadual Marechal João Batista de Mattos, em Coelho Neto, na Zona Norte do Rio, faz natação há três anos e conta como o esporte a ajudou no dia a dia.
— A natação mudou a minha vida e fez melhorar a minha condição física. Amo praticar esporte. Por isso, estou treinando forte para realizar os meus sonhos na competição que escolhi — disse a estudante, que também está classificada para as Paralimpíadas Escolares 2024.
Pedro Safira, de 25 anos, estuda no Ciep 228 Darcy Vargas, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e viu no halterofilismo a oportunidade de transformar a sua vida. Ele começou a treinar no início deste ano e, desde então, tem como objetivo participar de grandes competições nacionais e mundiais.
— Estou treinando bastante. Meu maior sonho é chegar nas Olimpíadas. Vejo o esporte como uma porta importante de mudança. Todos os dias, a prática me faz ser uma pessoa melhor — disse o atleta.
Revelando futuros campeões
Os três estudantes da rede estadual fazem parte do projeto Paraprolim realizado pelo Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes, da Marinha do Brasil, que tem como objetivo de possibilitar a inclusão de pessoas com deficiência por meio do esporte. O local de treinamento é chancelado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) como Centro de Referência Paralímpico do Brasil no Rio de Janeiro.
Responsável pelo Projeto Paralímpico da Marinha, o comandante José Reis, destaca que o Cefan tem cerca de 14 estudantes atletas da rede estadual cadastrados nas modalidades atletismo, natação e halterofilismo.
— Este projeto é importante para que esses jovens sejam incluídos por meio do esporte. Além de possibilitar que eles tenham melhores condições em termos de relacionamento interpessoal, quando estiverem fora do ambiente escolar. Esperamos, um dia, olhar esses atletas nos representando em futuras olimpíadas, como temos o exemplo da Tayana Medeiros, medalhista de ouro no halterofilismo, que foi descoberta pela Marinha do Brasil.
Recordes em Paris
No último domingo (08/09), o Brasil encerrou participação em Paris com 89 pódios: 25 ouros, 26 pratas e 38 bronzes. Esta é a melhor campanha brasileira na história dos Jogos Paralímpicos. Além disso, pela primeira vez na história, o país é top-5 no ranking de medalhas, ficando atrás de China, Grã-Bretanha, Estados Unidos e Holanda.
A secretária de Estado de Educação, Roberta Barreto, destaca a importância da educação e do esporte estarem interligados.
— Ambos são fundamentais e trazem melhorias significativas para o aprendizado. Esses jovens são o futuro do nosso país e evidenciam que podemos construir uma juventude melhor para o estado do Rio de Janeiro — afirmou Roberta Barreto.
Fotos: Léo Custodio / divulgação Seeduc-RJ
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